Tempestade deixa rasto de destruição em Santa Maria da Feira

A madrugada deste sábado ficou marcada pela violência da depressão Cláudia, que varreu Santa Maria da Feira com uma força invulgar, deixando um rasto de destruição por todo o concelho. Inundações, queda de árvores, estradas cortadas e danos em casas, negócios e infraestruturas desportivas compõem um cenário de prejuízos ainda por calcular. A chuva persiste até este domingo, o sol regressa segunda-feira.
Para muitos feirenses, foram horas de grande aflição, sobretudo entre as 2h e as 4h da madrugada, período em que a intensidade da chuva e do granizo atingiu valores excecionais. Apesar da gravidade da situação, não há vítimas nem feridos a registar. Em declarações à agência Lusa, o vereador da Proteção Civil, Vítor Marques, confirmou que o mau tempo “fez estragos pelo concelho todo”, embora não tenha indicado um número definitivo de ocorrências.
Segundo o autarca, a noite foi particularmente difícil, com casos de água a entrar em casas e garagens, inundações de estruturas e queda de árvores em várias freguesias. Equipas municipais, incluindo a Brigada de Obras Municipais e os serviços de Gestão de Espaços Verdes, permanecem no terreno para avaliar danos, responder às necessidades imediatas da população e proceder ao corte de vias onde a circulação não é segura.
Entre as situações mais críticas encontra-se o ceder de um talude em São Paio de Oleiros, que levou ao corte total de uma estrada. Nas zonas ribeirinhas, o nível da água subiu rapidamente, mas encontra-se agora estabilizado.
“Nenhuma medida preventiva conseguiria conter” a força do fenómeno

Também o centro histórico de Santa Maria da Feira foi duramente afetado, com vários estabelecimentos a registarem danos. Vítor Marques sublinha que “nenhuma medida preventiva conseguiria conter” a força do fenómeno. Houve queda de pedaços de fachada, sobretudo em edifícios devolutos, e outras estruturas sofreram danos. Com os prejuízos ainda por contabilizar, o Município continua a acompanhar a situação e a mobilizar todos os meios disponíveis para a reposição da normalidade.
Temporal provoca abatimento de bancada no Estádio do União de Lamas

O forte temporal também provocou danos significativos no Estádio Comendador Henrique Amorim do União de Lamas. Uma parte da bancada destinada aos adeptos visitantes abateu, deixando a infraestrutura em risco e obrigando o clube a ponderar uma intervenção profunda.
Em declarações ao MaisFutebol, o presidente do União de Lamas, Miguel Brandão, admitiu que o clube vive um “dia duro“. Entre os estragos causados pelo mau tempo, a situação da bancada é a mais crítica. Segundo o dirigente, os danos são de tal dimensão que será necessário demolir toda a bancada para permitir a sua reconstrução.
A estrutura afetada servia não apenas os adeptos visitantes, mas também uma área de circulação interna do complexo desportivo, o que agrava a necessidade de uma solução rápida.
Clube Desportivo de Tarei sofre danos significativos devido a mau tempo
O Clube Desportivo de Tarei também foi afetado pelo mau tempo que se registou durante a noite. As instalações do clube sofreram danos consideráveis, consequência das condições meteorológicas adversas que se fizeram sentir.
A área mais afetada foi o campo de apoio (Ringue), onde se verificou o colapso parcial do muro de contenção, erosão acentuada do terreno adjacente e danos estruturais na vedação e no pavimento.
O clube apela à solidariedade da comunidade e de todos os que possam colaborar neste momento difícil, agradecendo qualquer forma de ajuda que possa ser prestada para recuperar as instalações.
Aluimento de terras leva ao corte prolongado da EN 109-4 entre Gondesende e Silvalde

A Estrada Nacional 109-4 encontra-se cortada entre Gondesende e Silvalde após um aluimento de terras registado esta terça-feira, obrigando à interrupção total da circulação rodoviária naquela zona.
Os municípios de Santa Maria da Feira, Espinho e Ovar, em conjunto com as Juntas de Freguesia de São Paio de Oleiros, Silvalde e Esmoriz e com as Infraestruturas de Portugal, estão a articular uma resposta conjunta para avaliar a dimensão dos danos e definir as intervenções necessárias.
Segundo a informação divulgada, a gravidade do deslizamento de terras exige uma análise técnica aprofundada por parte da Proteção Civil e das entidades competentes, pelo que o corte da via deverá manter-se por tempo indeterminado.
As autoridades pedem compreensão aos automobilistas e residentes, recomendando a utilização de vias alternativas até que seja possível garantir a segurança na circulação.
Novas informações serão comunicadas assim que houver atualizações sobre o estado da via e os trabalhos de estabilização do terreno.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera mantém o alerta amarelo no distrito de Aveiro, devido aos aguaceiros por vezes fortes e acompanhados de trovoada. O aviso vigora até este domingo, às 16h. Depois, o tempo deverá melhorar, com a semana a arrancar com sol, mas com a diminuição das temperaturas.
Algumas imagens da intempérie:
Fotos: Direitos Reservados























