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Quarta-feira, Março 12, 2025
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Município abre novo concurso para reabilitar Castelo da Feira por 3,8 milhões de euros

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Depois do primeiro concurso público para reabilitar e valorizar o Castelo da Feira ter ficado deserto, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira vai lançar um novo procedimento, subindo o preço base para 3,8 milhões de euros. O anúncio foi feito esta manhã pelo presidente do município, Amadeu Albergaria, na apresentação do programa do III Congresso da Rede Europeia de Celebrações de Semana Santa e Páscoa. 

O primeiro concurso para reabilitar e valorizar o Castelo da Feira ficou deserto e a autarquia prepara-se para lançar uma segunda tentativa, tendo subido o valor base de cerca de 3,06 milhões para perto de 3,8 milhões de euros. O anúncio foi feito aquando da apresentação do programa do III Congresso da Rede Europeia de Celebrações de Semana Santa e Páscoa, que decorreu esta quarta-feira de manhã no Castelo da Feira. “Hoje enviarei por despacho para a Divisão de Contratação Pública a reabertura do concurso para a empreitada do Castelo da Feira“, declarou o autarca. A empreitada para reabilitar o ex-libris do concelho, recordou o edil, foi uma das cinco empreitadas lançadas pelo município em 2024 – num total de 43 – que ficaram desertas. Por isso mesmo, e atendendo aos “valores das propostas” e aos estudos de mercado que foram “atualizados“, a autarquia subiu o valor do preço base. “O nosso objetivo é requalificarmos todo o Castelo, preservando-o também e criando novos espaços de visitação. Será uma empreitada que se aproxima dos 3,8 milhões de euros e onde estamos a ultimar uma candidatura a fundos comunitários num montante máximo de dois milhões de euros“, acrescentou Amadeu Albergaria.

O concurso irá decorrer e terão de passar “cerca de dois meses” até existirem novidades sobre os concorrentes. Amadeu Albergaria fez questão de lembrar que se trata de “uma obra muito específica” e que “não há muitas empresas da especialidade“. “É uma obra de grande rigor, de grande cuidado e acompanhamento“, advertiu.

Obra vai permitir ter novos espaços abertos aos visitantes

A empreitada implica uma “intervenção total” neste monumento, envolvendo a reabilitação da capela do Castelo, com a recuperação total do edificado e da arte sacra, mas também a criação de novos espaços de visitação. O autarca destacou dois “emblemáticos“: a torre da Casa Mata, “uma imagem icónica do Castelo da Feira“, e o poço, “muito ligado às lendas do Castelo da Feira“. “Na tenalha, no seu afloramento rochoso, serão criadas duas novas salas que permitirão uma utilização independente da tenalha quando no Castelo podem estar a realizar-se outras atividades“, acrescentou o edil, que garantiu que essas estruturas estarão “totalmente inseridas na paisagem” e que serão “imperceptíveis” do exterior. Também os espaços exteriores vão ser alvo de reabilitações. “Queremos o estacionamento ordenado no exterior do castelo, novos espaços e instalações sanitárias. Esta frente do castelo é icónica do ponto de vista da fotografia e da imagem e queremos que esteja livre de viaturas e na sua máxima beleza“, referiu.

Será uma “obra longa“, com “muito mais do que um ano de duração” e Amadeu Albergaria alertou que, tratando-se de um monumento nacional, poderá estar sujeita a imprevistos. “É muito difícil prevermos uma obra num monumento nacional, porque há medida que vamos trabalhando surgem sempre novidades, surgem sempre surpresas e no Castelo da Feira isso vai seguramente acontecer“, apontou.

Com este concurso, a autarquia espera encontrar um concorrente para executar a obra, que deverá ser organizada por fases. “Sabemos que temos de alguma forma salvaguardar os eventos que se realizam e cujo o Castelo é fundamental“, disse Amadeu Albergaria. É o caso da Viagem Medieval ou do Perlim. Questionado se é desta que o Castelo da Feira entrará em obras, Amadeu Albergaria lembrou o forte ciclo de investimentos que o país atravessa – nomeadamente com a execução do PRR – e as dificuldades que se têm sentido em várias autarquias que se têm deparado com concursos desertos. “Fizemos uma avaliação, aumentámos o valor base e a nossa expectativa é que o concurso venha a ter uma empresa. Também não podemos ter a imprudência de lançar a obra por preços que não defendem os interesses dos contribuintes, em particular dos feirenses“, concluiu.

Recorde-se que a inexistência de propostas no primeiro concurso para requalificar o Castelo da Feira suscitou críticas por parte do PS, que também já tinha apontado o dedo ao executivo social democrata pelo facto de o concurso para o projeto do Túnel da Cruz não ter tido interessados. O líder da concelhia, Márcio Correia, criticou o executivo municipal por não “conseguir concretizar o básico” e, com isso, “adiar o futuro do concelho“. Na altura, o socialista lamentou que o presidente da Câmara não tenha sido “capaz de explicar de forma clara o motivo deste alheamento das empresas de construção ao investimento municipal” e que Santa Maria da Feira seja “o concelho dos “anúncios”” e “sem concretização no terreno“.

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