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Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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“O diagnóstico de cancro não é igual ao diagnóstico de morte. Temos muitos doentes curados”

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Manuela Machado, diretora do serviço de oncologia do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga em entrevista à Sintonia Feirense. Foto: DR

A afirmação é da diretora do Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, que esta quinta-feira, 4 de fevereiro – data em que se celebrou o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro – esteve nos estúdios da Sintonia Feirense.

Perante a pandemia da Covid-19, e apesar das limitações, Manuela Machado aponta que o serviço de oncologia do CHEDV tem “tido a capacidade” de dar resposta aos doentes oncológicos, devido ao trabalho de “uma equipa excelente” que “gosta daquilo que faz“. Isso, diz a responsável pelo serviço desde setembro do ano passado, “reflete-se”. E deu o exemplo das teleconsultas. Neste serviço, “são uma minoria” e as que são feitas são “a pedido do doente” ou “porque os exames não estão prontos e para poupar a deslocação”. “Quando questionamos sobre isso [as teleconsultas] os elementos do serviço foram unânimes: Prefiro ver os meus doentes cara a cara“.

Contudo, Manuela Machado também identifica fragilidades causadas pela pandemia no diagnóstico e rastreio, tanto pela suspensão de alguns serviços na primeira fase da pandemia, como pelo “medo das pessoas” se deslocarem aos hospitais. “O que se passa até aos doentes chegarem à oncologia é que infelizmente tem sofrido atrasos. O rastreio foi e é um problema. Em Portugal temos três tipos de rastreios – mama, colo do útero e colorretal. Foram suspensos entre março e junho de 2020 e depois foram lentamente recomeçados, mas a realidade é que o recomeçar não tem sido no pleno, porque os colegas dos centros de saúde e outros estão açambarcados por outro tipo de questões, nomeadamente pelo seguimento de doentes com a infeção de SARSCoV2“, diz, mostrando “medo dos dados que vão surgir em 2021 e em 2022” no que toca à incidência do cancro na população portuguesa.

“Temos outras doenças além da Covid-19”, afirmou também Manuela Machado, lembrando que o cancro é a segunda maior causa de morte no mundo. “A realidade é que o cancro é a segunda causa de morte mundialmente e prevê-se que o cancro continue a aumentar de incidência, esperemos que não de mortalidade. [É importante] relembrar que outras doenças existem. O cancro, acabamos por nos lembrar hoje porque é o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, mas o cancro para nós existe todos os dias“.

No Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, Manuela Machado vincou a importância da prevenção, nomeadamente na adoção de comportamentos e hábitos de vida saudáveis, mas destacando também a relevância de um diagnóstico precoce. “O diagnóstico de cancro não é igual a um diagnóstico de morte. Temos muitos doentes curados e temos muitos doentes curados com qualidade de vida e isso é um privilégio“, afirma a diretora do serviço de oncologia do CHEDV.

Pode ouvir a entrevista na íntegra aqui.