Florgrade sagra-se campeã de Aveiro e vai disputar os nacionais: “O sonho não tem limites”
Caiu o pano no principal escalão do futebol aveirense, com a Florgrade a fazer história. Há quatro anos a disputar os campeonatos distritais, o emblema sagrou-se este domingo campeão da Divisão de Elite. A Sintonia acompanhou a festa em Águeda, marcada por uma “alegria indescritível” e onde se afirmou com convicção: “o sonho não tem limites”.
A vitória no reduto do Recreio Desportivo de Águeda, por 3-1, valeu à Florgrade o título de campeão distrital. O emblema que nasceu em Rio Meão e que recentemente se deslocalizou para Cortegaça conseguiu assim um feito inédito na sua curta história: a presença nos campeonatos nacionais.
O repórter Jorge Silva acompanhou os festejos em Águeda e ouviu os protagonistas da tarde, entre eles o timoneiro da equipa campeã. André Ribeiro sublinhou a dimensão desta conquista no seio de um projeto “recheado de bons profissionais“. “Muitas vezes fomos calcados ao longo da época, muitas vezes nos tiraram o valor que nós tínhamos e fomos a equipa mais competente e mais regular ao longo da época”, frisou o treinador, deixando elogios a Fábio Pais, técnico do União de Lamas, equipa que disputou o campeonato com a Florgrade até ao fim. “Ele dignificou e meteu este campeonato num nível competitivo elevado, o meu forte abraço para o Fábio, a sua primeira experiência enquanto treinador foi fantástica“, enalteceu.
André Ribeiro não esqueceu a família, como os pais e a mulher, Cláudia, a quem agradeceu todo o apoio e dedicou também a conquista. O timoneiro puxou a fita atrás para lembrar o duelo com o Estarreja, onde apelou, na flash interview, para que os responsáveis da Associação de Futebol de Aveiro vissem os jogos da Florgrade. “A verdade é que falei muito para dentro e nunca mais perdemos. Fomos competentes, este clube tem quatro anos de história e estar no nacional é algo fantástico”, sublinhou o treinador, que admite que os momentos mais difíceis do campeonato acabaram por servir de “motivação” a todo o coletivo. A finalizar, André Ribeiro lembrou Zé Carlos, capitão da equipa. “Acreditou neste projeto, dá a vida por este projeto, este campeonato é também para ele“, disse. Questionado se o futuro passa pela Florgrade e pelos nacionais, o técnico respondeu: “Agora vamos festejar”.
“Alegria indescritível“. É assim que Zé Carlos, capitão da equipa, resume o desfecho da temporada. “Era um grande objetivo, um campeonato incrível, muito bem disputado, mas acho que fomos reconhecidos como melhor equipa“, apontou o jogador. E até onde pode ir o sonho da Florgrade? Para Zé Carlos, não há limites. “O sonho não pára, a Florgrade vai entrar em todos os jogos, seja em que divisão for, com o objetivo de vencer” afirmou. A arte de bem receber, o respeito pelo adversário, o futebol positivo e o “jogar sempre para ganhar” são valores intrínsecos do emblema, que após dois anos na Elite aveirense, conquistou a subida ao Campeonato de Portugal. Como diz o capitão, “o sonho não tem limites“.
Campeonato discutido até ao fim
A decisão do título foi discutida até à última jornada, destaca o presidente da Associação de Futebol de Aveiro. Não faltou competitividade ao campeonato, entende Neves Coelho, e as emoções do futebol aveirense ainda não terminaram. No próximo sábado, às 17h, há final da Taça de Aveiro entre União de Lamas e Lobão, seguindo-se depois a Supertaça.
Águeda aponta a mira à subida na próxima época
A festa do campeão fez-se em Águeda, na casa do emblema que terminou no último lugar na fase de apuramento de campeão. O presidente do clube, Rui Anjos, quer uma história diferente na próxima temporada. Em 2024, o Recreio Desportivo de Águeda atinge a marca do centenário e a direção quer devolver o emblema aos campeonatos nacionais.
Campeonato já lá vai, foco está agora na Taça de Aveiro
Quem ficou, uma vez mais, às portas do Campeonato de Portugal foi o União de Lamas. Na última jornada, a turma lamacense goleou o Estarreja por 7-2, com um André Aranha endiabrado e a protagonizar um poker – que lhe vale o título de melhor marcador do campeonato. O triunfo, no entanto, de nada valeu, com a Florgrade a sair também vitoriosa no terreno do Águeda e a erguer o troféu de campeão. Aos microfones da Sintonia, o treinador Fábio Pais parabenizou a Florgrade pela conquista do título e assumiu as responsabilidades de não ter atingido o objetivo da época, num campeonato em que cada ponto valeu ouro. “Faltou-nos dois pontos. Empatámos um jogo que não devíamos ter empatado, nós sabemos disso“, resumiu. Ainda assim, o timoneiro realçou que o clube deve estar orgulhoso do trabalho desenvolvido, considerando que a equipa foi a que praticou “o futebol mais apelativo ao longo da época”.
Agora, o foco está na Taça de Aveiro, que se desenrola já no próximo sábado, às 17h, no Estádio Municipal de Aveiro e que vai opor a equipa de Santa Maria de Lamas ao Lobão, terceiro classificado. Fábio Pais lembra que o adversário tem “uma grande equipa“, mas ressalva que o conjunto que orienta tem “vontade de ser competitivo” na prova rainha do futebol aveirense.
Fábio Pais continua no comando técnico? “Não sei, não faço ideia“, responde. A decisão depende, em primeiro lugar, do clube e depois do próprio técnico, que afirma que não pensou nisso até ao momento. Para já, o foco é mesmo a Taça de Aveiro, no próximo sábado.
Perante a derrota pesada por 7-2, o treinador do Estarreja, Rui Valente, afirmou que o resultado é justo mas que “não condiz nada” com o que a equipa foi fazendo ao longo do campeonato. “Tivemos muitas partidas em que roçamos o brilhantismo, mesmo nesta fase de apuramento de campeão“, afirmou Rui Valente.
Lobão fecha temporada no pódio: “Fizemos uma campanha tremenda”
Para o técnico, Miguel Oliveira, a conquista do terceiro lugar no campeonato SABSEG tem um sabor especial, sobretudo para o Lobão, que subiu esta temporada ao principal escalão do futebol aveirense. O triunfo magro perante a Ovarense, com golo do inevitável Everton, permitiu aos lobonenses terminarem a competição no pódio. A que sabe esta conquista? “Sabe bem, sabe mesmo muito bem“, responde Miguel Oliveira, que lembra uma época “muito difícil” e onde o Lobão atingiu o principal objetivo, a manutenção, ao carimbar presença na fase da subida. “Fizemos uma campanha tremenda“, classifica o timoneiro, apontando que o Lobão foi a única equipa que se intrometeu na luta pelo título disputada taco a taco entre Florgrade e União de Lamas.
A temporada, com saldo mais do que positivo, não finda aqui. Há final da Taça de Aveiro no próximo sábado e a turma orientada por Miguel Oliveira quer ficar na história do Lobão como a primeira a vencer a prova rainha do futebol aveirense.
Do outro lado da margem, o treinador da Ovarense, Cajó, sublinha que toda a equipa se deve “sentir orgulhosa” pelo quarto lugar. O timoneiro destacou que o grupo que trabalho que orientou, muito jovem, conseguiu ombrear com adversários com outros argumentos. “Estou muito orgulhoso, estes jovens cresceram imenso, conseguimos jogar cara a cara com estas equipas e isso é fruto de muito trabalho e crescimento dos meus jogadores“, sublinhou Cajó, aos microfones da Sintonia.
Na última jornada da fase de apuramento de campeão, o Fiães foi goleado por 7-0 pelo Fermentelos. A turma fianense fecha a temporada no sétimo lugar da classificação.