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Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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“Tenho a certeza que o FIMUV tem ainda muito para evoluir e sem dúvida para se transformar no festival nº 1 em Portugal”

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Em 44 anos, muitos nomes da música nacional e internacional passaram pelo FIMUV. Hoje, com um público fidelizado e sendo uma marca inconfundível no panorama musical, o Festival Internacional de Música de Paços de Brandão encontra ainda margem para crescer. Quer atrair mais públicos, continuar a trazer para a ribalta talento português e surpreender o espectador a cada edição, com espetáculos diferenciadores, de qualidade e que passam (ou já passaram) pelas maiores salas de espetáculo do mundo. A Rádio Sintonia sentou-se com Augusto Trindade, diretor artístico do FIMUV há nove anos e que nos conta tudo sobre a 44ª edição e sobre o percurso em crescendo daquele que é um dos festivais de música erudita mais antigos do país.

O festival nasceu há 44 anos, pela visão de Mário Anacleto, e desde então nunca mais parou. Foi crescendo, apostou na diferenciação, em novos talentos e em talento português, mas sem nunca deixar de trazer a Santa Maria da Feira artistas que são referências lá fora. Augusto Trindade, há nove anos na direção artística do Festival, dinamizado pelo CiRAC, destaca que o percurso tem sido “desafiante“. “Cada vez o nível é mais sofisticado e torna-se cada vez mais difícil superarmo-nos. Temos de ser criativos, para na parte financeira, que está muito bem definida, não ultrapassarmos o limite e, ao mesmo tempo, conseguirmos ter espetáculos que sejam atrativos para o público e de grande nível”, descreve.

Outra das grandes preocupações, elenca Augusto Trindade, tem sido a de trazer para os holofotes do FIMUV o talento que nasce em Portugal. “Este festival faz uma aposta muito grande nos músicos portugueses porque às vezes esquecemo-nos deles e do talento que existe cá. Recordo que este festival, há cinco anos, criou uma orquestra sinfónica que é hoje uma orquestra de referência em Portugal e muitos dos músicos que compõem esta formação pertencem ao nosso concelho e à Área Metropolitana do Porto“, realça Augusto Trindade, “orgulhoso” pelo apoio que o festival tem dado a talentos emergentes da música portuguesa.

Nos próximos dias há mais para ver no FIMUV, a começar por esta sexta-feira, que fica marcada por dois momentos distintos. ‘FIMUV Educativo’ traz até à Academia de Música de Paços de Brandão, pelas 18h, o livro ‘O ABC do Violino’, da autoria de Tiago Afonso. Trata-se de um compêndio de exercícios musicais reunidos pelo músico e docente para cativar jovens executantes com uma linguagem acessível e imagens particularmente apelativas. No auditório do CiRAC, pelas 21h30, é levada a cena a opereta de um único acto ‘Rita, escrita no auge do Romantismo pelo italiano Gaetano Donizetti e que narra uma trama de casamentos e violência doméstica sob a direção artística de Luís Rendas Pereira.
Este sábado, Badi Assad, violinista, cantora e compositora, sobe ao palco do Cineteatro António Lamoso, pelas 22h, para um concerto “único e intimista“, define Augusto Trindade.

No domingo, dia 24 de outubro, a Orquestra Filarmónica Portuguesa e a fadista Cuca Roseta partilham o palco do grande auditório do Europarque, pelas 17h30. O FIMUV 2021 encerra a 30 de outubro, no palco do CiRAC, com o concerto da banda espanhola Rarefolk, que há 30 anos se vem baseando em raízes musicais irlandesas para as fundir com sonoridades de diversos locais do mundo, harmonizando-os num estilo multicultural de identidades partilhadas.

Augusto Trindade considera que o FIMUV, que atingiu já um patamar de excelência, tem ainda muito por onde crescer. “Tenho a certeza que o FIMUV tem ainda muito para evoluir e sem dúvida para se transformar no festival número 1 em Portugal”, considera o diretor artístico.

Muito talento já passou por Santa Maria da Feira em outubro

A 44ª edição está em curso e o balanço, até ao momento, é positivo. No arranque, o festival “já foi a Paris”, no Dia Mundial da Música, através do concerto via streaming ‘FIMUV pelo Mundo’, protagonizado pelo duo de pianistas MusicOrba, composto pelo português Ricardo Vieira e pelo japonês Tomohiro Hatta. Seguiu-se o espetáculo ‘Iniciação’, levado a cena pelo Ballet Contemporâneo do Norte, que celebrou os 25 anos de atividade e que contou com a participação da fundadora, bailarina e coreógrafa Elisa Worm.

A edição de 2021 ficou marcada ainda pelo recital de Benedict Kloeckner e Beatrice Berrut, pelo recital de jovens laureados nos concursos internacionais Paços’ Premium e Cidade do Fundão, pela performance ‘Dez séculos de história’ do Coro do CiRAC, pelo concerto “Textures and Lines”, em que a percussão do coletivo Drumming se combinou com a eletrónica da dupla Joana Gama e Luís Fernandes e pelo recital com os vencedores do Prémio Jovens Músicos 2020.

Pode ouvir a entrevista na íntegra aqui.

Augusto Trindade, diretor artístico do FIMUV, em entrevista à Sintonia

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