Depois de ter aumentado a sua representação nas últimas eleições autárquicas, o Bloco de Esquerda encara o próximo ato eleitoral como mais uma oportunidade “de crescimento”. O partido está em fase de discussão de candidaturas, que serão apresentadas “oportunamente”, diz o líder da Comissão Coordenadora Concelhia, Pedro Alves. “Queremos ser a alternativa que sempre fomos neste concelho, da defesa do Estado Social, do emprego, da saúde, da habitação, do ambiente. […] Queremos que olhem para nós e sintam que somos alternativa”, vinca Pedro Alves.
Em entrevista nos estúdios da Sintonia Feirense, o líder da Comissão Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda fez o balanço de mandato, que considera positivo, e apontou os objetivos do partido nas próximas eleições autárquicas.
O Bloco parte para o próximo ato eleitoral com o objetivo de crescer, afirma Pedro Alves, que lembra que o partido conseguiu, nas últimas eleições, aumentar a sua representação (elegeu dois deputados na Assembleia Municipal e um na Assembleia da União de Freguesias de Canedo, Vale e Vila Maior). “Os nossos objetivos passam pelo reforço, por alargar a nossa representação aos órgãos aos quais temos candidaturas. Queremos mostrar às pessoas que somos uma alternativa real à Câmara Municipal”, vinca Pedro Alves, destacando que o Bloco é o partido “que mais apresenta propostas na Assembleia Municipal”.
As candidaturas ainda estão em fase de discussão e serão divulgadas “oportunamente”, refere Pedro Alves, que aponta que o Bloco de Esquerda procurará apresentar candidaturas em todas as freguesias. “Iremos tentar, é a isso que nos propomos. Esperamos conseguir responder a todas as freguesias”, diz.
A liderar a Comissão Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda de Santa Maria da Feira desde novembro do ano passado, Pedro Alves abordou também os temas que marcaram este ciclo autárquico, nomeadamente a concessão da água e de saneamento. Para Pedro Alves, importa “centrar o debate: A água é um bem público, que não deve ser privatizado e acreditamos que a remunicipalização é a única resposta”, afirma, apontando que nos concelhos onde a água é gerida pelas autarquias “é mais barata, tem melhor qualidade e um melhor serviço”.
O líder do BE em Santa Maria da Feira aponta que é necessário “analisar o contrato para perceber o que é que pode ser feito” – em termos de resgate – e diz que é importante perceber “quem é que sai beneficiado desse contrato”. “Estamos a falar de um contrato que é opaco, quase ninguém o conhece”, denota Pedro Alves, que considera que é preciso “vontade política para que o contrato seja transparente”. No entender do Bloco, o contrato de concessão “nunca devia ter sido assinado”, sendo que o partido defende, agora, um estudo prévio que retire conclusões sobre se a concessão foi benéfica para o município. Caso tenha sido lesiva, entende Pedro Alves, é necessário apurar “responsabilidades políticas”.
Entre outros temas, como a polémica da P. Parques, surge o ambiente, uma área sobre a qual o Bloco de Esquerda se tem debruçado. Pedro Alves quer “mais fiscalização” e “ações de sensibilização” para travar descargas nos rios e casos de poluição que têm surgido no concelho, apontando que a Câmara Municipal “pouco tem feito” nesta matéria.
A “habitação social digna” é outra das bandeiras do BE, que defende o aumento para cinco por cento da verba do Orçamento Municipal para a área da Ação Social. Esse aumento, diz Pedro Alves, permite “a requalificação dos bairros já existentes e também criar nova habitação a custos controlados“, bem como “requalificar casas devolutas que existem no concelho“.
A entrevista abordou outros áreas, como a pandemia da Covid-19, a Educação, a Saúde e até as últimas eleições presidenciais.
Pode ouvir a entrevista na íntegra aqui.