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Quarta-feira, Julho 2, 2025
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Vila cheia para ver a perícia de 39 carros artesanais num dia com temperaturas superiores a 30 graus

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Foi duro para alguns espectadores, já que no passado sábado as ruas do centro da vila de S. João de Ver não tinham sombra suficiente para todos, mas os mais resistentes ao sol e às altas temperaturas assistiram à prova completa da edição mais participada de sempre na breve história da “Descida Mais Louca da Malápia”. O evento organizado pela associação Malapeiros Rolantes foi “um sucesso” e atingiu “um novo nível de profissionalismo”, com um total de 39 carros, 62 pilotos e coadjuvantes, cerca de 190 elementos da organização a trabalhar no recinto disposto por 1,8 quilómetros de extensão e uma plateia que, segundo dados da organização, embora tendo dispersado um pouco a partir das 16h00 devido às altas temperaturas, no início da prova rondava novamente as 9.000 pessoas.

Acabámos o dia exaustos, mas com a satisfação do dever cumprido: concretizámos um evento de grande dimensão, superámos imprevistos, respondemos com prontidão a todos os envolvidos e, acima de tudo, divertimos toda a gente que, residindo em S. João de Ver ou deslocando-se à vila só para assistir à prova, aqui viveu momentos de grande diversão e partilhou o sentimento de comunidade e identidade que inspira a ‘Descida Mais Louca da Malápia’“. É este o balanço do presidente da associação Malapeiros Rolantes, Vítor Duarte, após concluída a sexta edição do evento que sábado levou cerca de 9.000 pessoas à vila de S. João de Ver, no município de Santa Maria da Feira.

Segundo dados dos serviços de Proteção Civil, essa audiência foi registada logo ao início da tarde, mas foi dispersando entretanto, o que terá ficado a dever-se às altas temperaturas do dia. “É compreensível que nem toda a gente aguente ficar tanto tempo ao sol com um calor daqueles, sobretudo quando, logo entre os primeiros carros, houve problemas que levaram à interrupção da prova durante algum tempo”, admite Vítor Duarte.

O primeiro desses percalços foi o capotamento do carro “Malápio Abençoado”, que tinha como piloto o presidente da Junta de Freguesia de S. João de Ver, Nuno Albergaria, e como copiloto o pároco local, António Costa. “O Nuno recebeu assistência imediata dos Bombeiros da Feira e o carro voltou a pôr-se de pé, pelo que a dupla ainda acabou a prova. O padre até voltou a correr com outro piloto, nomeadamente o presidente da Câmara da Feira, Amadeu Albergaria”, adianta o presidente da associação que organiza a prova.

Logo depois a viatura “Ninho d’Ovos”, conduzida por estreantes na iniciativa, também perdeu o controlo e disso resultaram ferimentos numa das condutoras, a exigir tratamento hospitalar. “É o caso que mais lamentamos em todo o evento e estamos a acompanhar a situação a par e passo”, diz Vítor Duarte.

Mais insólito foi o caso de um automobilista “psicologicamente algo desnorteado” que tentou circular no troço da prova já há várias horas interdito ao trânsito normal e reservado exclusivamente para os veículos artesanais. A situação obrigou à intervenção da GNR, após o que houve que acalmar os ânimos no local e reverificar as barreiras de controlo.

Tudo somado, a prova esteve parada 30 minutos, o que em condições normais não seria muito tempo, mas, face às altas temperaturas, levou a alguma dispersão do público”, revela Vítor Duarte. Quem resistiu e permaneceu no local – como as dezenas de crianças que se foram refrescando com a espuma de sabão que constituía um dos obstáculos da prova – foi, no entanto, recompensado com “momentos muito divertidos”, fosse porque “os carros eram muito bonitos e engraçados”, fosse porque “alguns perderam o impulso e precisaram de ajuda humana para continuar a descer a rua”, fosse até porque o Trem Bala se despistou “e foi estatelar-se contra a estação de comboio – o que alguns acharam que era uma manobra de humor, mas foi mesmo um despiste do piloto”.

Feito o balanço, Vítor Duarte garante: “Apesar da participante ferida, que é o que gostaríamos de ter evitado, o evento foi um sucesso e S. João de Ver pode orgulhar-se de ter uma prova que é louca, mas também divertida e com grande grau de profissionalismo. Quanto à próxima edição da ‘Descida Mais Louca da Malápia’, será certamente mais impactante e exigente em todos os aspetos porque a meta é melhorar sempre mais, apresentar carros cada vez mais esmerados e garantir diversão máxima a pilotos e espectadores”.

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