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Quarta-feira, Fevereiro 5, 2025
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Cantares de Janeiras e Reis vão ecoar na Biblioteca Municipal e recordar outros tempos

XIX Encontro de Grupos de Cantares de Janeiras e de Reis acontece este ano na biblioteca e tem entrada livre. Foto: DR
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O XIX Encontro de Grupos de Cantares de Janeiras e de Reis acontece este domingo, às 15h, e convida a comunidade para um serão “variado e bonito” e que se propõe a evocar e preservar costumes e tradições. O evento, dinamizado pelo Grupo de Danças e Cantares Regionais da Feira, conta com grupos de várias regiões e tem entrada livre. 

No próximo domingo, 12 de janeiro, a Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira acolhe o XIX Encontro de Grupos de Cantares de Reis e Janeiras, uma iniciativa inserida na programação da Festa das Fogaceiras. Alberto Gilde, presidente do Grupo de Danças e Cantares Regionais da Feira, deixa a garantia aos microfones da Sintonia: “É um espetáculo agradável de ver, é variado, é bonito, leva-nos aos tempos dos nossos antepassados, que são as nossas raízes e a quem devemos estar sempre ligados“.

O Cineteatro António Lamoso costuma ser o palco da iniciativa, mas este ano é a Biblioteca Municipal que acolhe o certame, que conta com vários grupos oriundos de diferentes regiões, uma diversidade que contribui para “embelezar o espetáculo“, assegura o dirigente. “É uma forma de proporcionar um espetáculo mais variado, com a riqueza das tradições de cada terra e que cada grupo traz para apresentar. Embora o espírito seja o mesmo – cantar Janeiras e Reis – há sempre pormenores que mudam de terra para terra“, esclarece.

Ao palco da biblioteca, além do grupo anfitrião, irão subir o Rancho Regional de Argoncilhe, o Rancho Folclórico de S. Salvador de Monte Córdova (Santo Tirso), o Rancho Folclórico e Cultural de Tardariz (S. Pedro da Cova) e o Grupo de Danças e Cantares de Cortegaça (Ovar). Alberto Gilde tem boas expectativas quanto à adesão ao evento, apesar de reconhecer que o interesse por este tipo de atividades é cada vez menor. “O público, infelizmente, para estas coisas anda muito arredado, o que é pena, mas ainda temos gente que gosta de assistir a estas recriações. Com a divulgação que temos feito, esperamos ter casa cheia“, declara.

Rejuvenescimento dos grupos é uma das principais dificuldades

E que importância tem preservar estes eventos que lembram costumes e tradições de outrora? Toda, responde Alberto Gilde, apesar de evidenciar as dificuldades de quem se dedica a preservar costumes e tradições. “Nós, e todas as associações da mesma natureza, temos tido uma certa dificuldade. A sociedade hoje não quer nada com estas associações, não conseguimos recrutar os mais novos, eles não aderem e estamos a tentar sobreviver com pessoal de meia idade e idade avançada. Não se sabe é até quando“, lamenta. Alberto Gilde lembra que há grupos que não regressaram ao ativo desde a pandemia e que os que estão em atividade vivem também dias difíceis. “Isto é complicado, antevejo um fim bastante triste para este tipo de associações, porque são associações de cariz cultural e recreativo que sobrevivem com o entusiasmo próprio dos associados que muitas vezes não têm apoios financeiros compatíveis com o que é preciso. É preciso um esforço muito grande e iniciativas próprias para angariar alguns fundos e conseguir aguentar a atividade“, sublinha. “Exige algum sacrifício e trabalho e as pessoas vão ficando cansadas. Tínhamos antes da pandemia uma média de 50 e tal elementos, neste momento andamos com 35, mas ainda vamos aguentando“, realça, com firmeza. “Enquanto puder”, o Grupo de Danças e Cantares Regionais da Feira vai continuar a preservar os costumes e tradições do território.

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