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Sábado, Novembro 23, 2024
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“A saúde mental trabalha-se não só no consultório, mas também em projetos de procura do bem-estar e da qualidade de vida”

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Cristina Gama, Inês Pinho, Leandro Reis e Hugo Fardilha nos estúdios da Sintonia

O terceiro episódio da rubrica Vozes da Minha Rua debruçou-se sobre a temática ‘Como cuidamos e podemos cuidar melhor de pessoas com doença mental’. Inês Pinho, Cristina Gama, Leandro Reis e Hugo Fardilha destacaram a importância de prevenir a doença mental, apostando na prevenção e na promoção da saúde mental. Os intervenientes do programa abordaram também projetos e estratégias inovadoras que são postas em prática no território e que têm ajudado a mudar a vida de muitas pessoas.

“É importante investir cada vez mais na promoção da saúde e na prevenção da doença mental”

Inês Pinho, presidente da Casa dos Choupos, apresenta o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por esta instituição que tem criado várias respostas sociais inovadoras para responder a problemas locais.

Cristina Gama, médica psiquiatra, apresenta-se nos estúdios da Sintonia. “A psiquiatria é uma área que me estimula”.

Existem respostas efetivas no território para pessoas com problemas do foro mental? Cristina Gama afirma que o serviço do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga tem “respostas muito especializadas” para a população. Falta o internamento para que o serviço seja completo.

Hugo Fardilha, psicólogo do ACES Feira/Arouca, destaca que é importante “investir cada vez mais na promoção da saúde na prevenção da doença” e alerta que atualmente há algum desfasamento dessa realidade.

Chão Fértil: um projeto inovador da Casa dos Choupos

Leandro Reis participa há cerca de quatro anos no projeto Chão Fértil da Casa dos Choupos e fala de que forma é que o projeto tem mudado a sua vida. “O Chão Fértil salvou-me“, afirma.

Inês Pinho explica que o projeto Chão Fértil nasceu em 2014 e que foi evoluindo com o passar do tempo, colhendo sugestões e feedbacks junto dos participantes. O projeto disponibiliza oficinas diárias nas mais diversas áreas – como restauro de móveis, movimento e expressão corporal, capoeira, cerâmica ou culinária – e os participantes, de acordo com os seus interesses, “vão descobrindo os seus talentos e competências“. Inês Pinho aponta ainda que os participantes são, sobretudo, pessoas com histórico associado à doença mental, pessoas com deficiência e ainda pessoas com vulnerabilidades socioeconómicas.

“O estigma em torno da doença mental compromete a disponibilidade da pessoa para ser acompanhada”

O que é a saúde mental? Há muito estigma associado à doença mental? Cristina Gama responde.

Hugo Fardilha entende que “o estigma em torno da doença mental compromete a disponibilidade da pessoa para ser acompanhada“. E dá o exemplo: “Quando temos uma jovem a quem sugerimos qualquer tipo de acompanhamento psicológico, esbarra nesse medo do estigma. Cada vez mais os agrupamentos de escolares têm psicólogos, mas a verdade é que quando se procura estabelecer uma intervenção na comunidade escolar e no acompanhamento mais direto e individual, há muitas vezes essa recusa pelo receio do que os outros possam pensar“, afirma.

Inês Pinho salienta que nesta área os resultados demoram tempo e o que o mais importante não é o resultado, mas todo o processo. A presidente da Casa dos Choupos salienta também que o Município de Santa Maria da Feira está atento a esta área da saúde mental.

Leandro Reis explica como chegou à Casa dos Choupos.

Sensibilização continua a ser crucial, até junto de profissionais de saúde

Cristina Gama lembra a importância da literacia na saúde. Hugo Fardilha complementa, destacando que há também um caminho a percorrer na sensibilização dos próprios profissionais de saúde.

Hugo Fardilha entende que é crucial “sair do hospital ou do centro de saúde” e aproximar os cuidados da comunidade.

Respostas criativas e inovadoras na área da saúde mental. Cristina Gama fala sobre o psicodrama.

Inês Pinho: “A Casa dos Choupos gosta de pensar fora da caixa”.

O que é que precisamos de mudar para que a saúde mental, e não a doença, seja o foco central da nossa ação? Hugo Fardilha responde.

Cristina Gama destaca que é fundamental “dar importância à saúde mental”.

Pode ouvir o terceiro episódio da rubrica Vozes da Minha Rua na íntegra aqui.

Vozes da Minha Rua: Episódio 3 – 19/10/2022

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