Casa da Gaia é “uma escola de valores” que este ano completa meio século de vida
A Casa da Gaia – Centro de Cultura, Desporto e Recreio de Argoncilhe – celebra em 2021 50 anos ao serviço da comunidade. A Sintonia conversou com o presidente, Miguel Tavares, e com o membro da direção, João Pereira, a propósito do trabalho que esta coletividade tem realizado em prol da população.
Um dos eventos de referência promovidos por esta coletividade – o Festival Danças do Mundo – foi novamente cancelado este ano devido à pandemia da Covid-19. Para que a data não passe em branco, a Casa da Gaia está a preparar “uma surpresa”, desvenda Miguel Tavares. Se no ano passado foi preparado um documentário, este ano a forma de assinalar o Festival Danças do Mundo será diferente. “É um festival que tem já muito peso no panorama nacional e não queremos que estes cancelamentos passem de uma forma leviana ou que se esqueçam que era a altura do Danças do Mundo. É uma forma de manter a chama viva entre nós e quem gosta do festival“, explica o presidente da coletividade.
O Festival Danças do Mundo, descreve Miguel Tavares, dá a “oportunidade a grupos de folclore de todo o mundo de mostrarem a sua cultura, em forma de dança e música“. Nas últimas edições, o festival tem trazido grupos de todos os continentes e, de ano para ano, tem ajudado a “desmistificar muito a ideia do que é o folclore“. Talvez por isso o grupo de folclore da Casa da Gaia seja composto, maioritariamente, por pessoas jovens, como é o caso de João Pereira, que ingressou no grupo há seis anos. “Comecei a ficar velho para o coro e a atividade que mais me chamava a atenção era o folclore. Tinha lá alguns amigos e então, porque não? Já estou no folclore há cerca de seis anos e é muito bom. Visitamos vários pontos do país e do estrangeiro“, afirma João.
A Casa da Gaia vai ao estrangeiro, mas também traz a diversidade cultural até Santa Maria da Feira através do festival. “É engraçado ver que os grupos que convidamos que têm pessoas novas mostram um enorme orgulho em representar o país deles e levam aquilo mesmo a sério“, comenta Miguel. O Festival, que conta com muitos jovens em regime de voluntariado na organização, tem ajudado também a aproximar a juventude do folclore. “O Danças do Mundo, tal como a Casa da Gaia, é uma escola para todos os jovens, porque no Danças do Mundo a maior parte dos jovens faz coisas que em casa não faz, como lavar a loiça, varrer, pegar numa esfregona, servir à mesa ou montar um palco“, exemplifica o presidente. “Primeiro estranha-se e depois entranha-se“, completa Miguel, que também começou na cozinha, há largos anos, na sua primeira experiência de voluntariado no festival.
A Casa da Gaia celebra, este ano, o seu 50º aniversário e Miguel Tavares considera que a coletividade tem “trilhado bem o seu caminho“, promovendo diversas atividades – e acompanhando as modas do momento – ao mesmo tempo em que cumpre com os seus compromissos. A associação está já a preparar as festividades e, a partir de setembro, pretende “arrancar mais a sério com a preparação da gala dos 50 anos”, cuja realização estará, naturalmente, dependente da evolução da pandemia. Para assinalar meio século de vida, a Casa da Gaia equaciona, por exemplo, editar um livro comemorativo dos 50 anos. Acima de tudo, Miguel Tavares espera que o ano de 2022 seja sinónimo de “retoma ao ciclo normal de atividades”, com o objetivo de continuar a levar a “associação a bom porto”.
Pode ouvir a entrevista na íntegra aqui