ULS de Entre Douro e Vouga reforça sensibilização para a saúde auditiva no evento “Ouvir é Viver”

A Unidade Local de Saúde de Entre Douro e Vouga (ULS EDV) promoveu, a 25 de novembro de 2025, o evento “Ouvir é Viver”, no Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira, uma iniciativa dedicada à promoção da saúde auditiva e à sensibilização para a importância do diagnóstico e da reabilitação da perda auditiva. A ação reuniu profissionais de saúde, utentes e familiares, destacando o papel crucial da audição na comunicação e no bem-estar social.

A Otorrinolaringologia esteve no centro do encontro, com o Serviço de ORL da ULS EDV — o único da região — a apresentar o trabalho que desenvolve no diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças dos ouvidos, nariz e garganta. Em 2024, o serviço realizou 19.502 consultas e tratou 1.167 doentes; até outubro de 2025 já acompanhava 17.738 consultas e 1.038 intervenções, prevendo um crescimento face ao ano anterior.

A perda auditiva, lembrou a ULS EDV, tem impacto profundo na vida pessoal, emocional e social. A instituição tem vindo a destacar-se na reabilitação auditiva, sobretudo através da colocação de implantes cocleares e osteointegrados, procedimentos que têm mudado a vida de muitos utentes. O evento procurou precisamente divulgar este trabalho e reforçar a importância de um diagnóstico precoce.

A sessão contou com a presença do presidente do Conselho de Administração da ULS EDV, Miguel Paiva; do vereador da Saúde da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Vítor Marques; e de representantes das Ligas dos Amigos e dos Cuidados de Saúde Primários. Também estiveram envolvidos diversos serviços clínicos, como Otorrinolaringologia, Audiologia, Terapia da Fala, Psicologia e Serviço Social.

Miguel Paiva destacou a dedicação das equipas multidisciplinares e a importância da proximidade no cuidado prestado aos utentes. Sublinhou ainda o papel determinante do Serviço Nacional de Saúde na democratização do acesso à reabilitação auditiva, permitindo que muitos doentes obtenham dispositivos e tratamentos que, de outra forma, não estariam ao seu alcance.

A médica Conceição Peixoto apresentou as principais causas de perda auditiva e as opções de tratamento disponíveis, com foco nos implantes cocleares e osteointegrados, enquanto a técnica de audiologia Vanessa Neves destacou o papel do audiologista na avaliação e no acompanhamento contínuo dos utentes, crucial para o sucesso das próteses ou implantes.

O terapeuta da fala João Silva reforçou a importância da intervenção precoce e do treino auditivo no sucesso da reabilitação, salientando os impactos sociais, escolares e profissionais associados à melhoria da comunicação.

O médico Miguel Lopes apresentou o “Banco de Próteses Auditivas”, um projeto desenvolvido pelos serviços de ORL e Serviço Social que reaproveita próteses de antigos utilizadores, reprocessando-as para novos utentes, contribuindo simultaneamente para a sustentabilidade do sistema. Já a psicóloga Ana Margarida Silva partilhou um caso clínico que evidenciou o impacto emocional e social da surdez não tratada.

O momento mais emotivo do evento surgiu com os testemunhos de três utentes reabilitados — um com implante coclear, outro com implante osteointegrado e um terceiro com próteses auditivas bilaterais — que relataram a mudança nas suas vidas e a possibilidade de voltarem a comunicar plenamente, expressando gratidão aos profissionais envolvidos.

A iniciativa “Ouvir é Viver” reforçou a importância da deteção precoce e do tratamento da perda auditiva, alertando para os riscos associados a uma condição não tratada, incluindo agravamento clínico e consequências cognitivas. A ULS EDV sublinhou a mensagem central do encontro: ouvir é essencial para uma vida plena em sociedade — e a reabilitação auditiva pode devolver esperança e qualidade de vida a quem dela depende.