Fornos é a primeira Capital Concelhia da Cultura e encara conquista com “orgulho e responsabilidade”

“Orgulho e responsabilidade” definem bem o sentimento da Junta de Freguesia de Fornos após ter conquistado o título de primeira Capital Concelhia da Cultura de Santa Maria da Feira. O projeto Art’in Fornos celebra a identidade fornense com uma programação diversificada, marcada pelo envolvimento comunitário e pela valorização do património local.
Fornos é a primeira Capital Concelhia da Cultura de Santa Maria da Feira, um projeto lançado pelo município de Santa Maria da Feira que pretende reforçar a descentralização cultural e que desafia as freguesias a desenvolverem uma programação cultural própria, enraizada na sua identidade, património e comunidade. Aos microfones da Sintonia, o presidente da Junta de Freguesia de Fornos, César Resende, destacou o “orgulho” de vencer a primeira edição, mas também a “responsabilidade” que o projeto Art’In Fornos acarreta.
Esta segunda-feira, a freguesia foi oficialmente distinguida pelo município, numa cerimónia que decorreu no Imaginarius Centro de Criação e que ficou marcada pela assinatura do protocolo e a entrega do diploma. “É o reconhecimento de um trabalho coletivo e o ponto de partida para uma nova dinâmica cultural em Fornos. Espero que este seja um impulso para atrair novas associações e dar continuidade ao envolvimento que vamos gerar nos próximos meses“, referiu na ocasião o autarca de Fornos.
Entre junho e dezembro, Fornos transforma-se na Capital Concelhia da Cultura, com diversas atividades que promovem o envolvimento da comunidade e valorizam diferentes espaços da freguesia. Exposições, teatro de marionetas, música, oficinas criativas, um pic-nic comunitário e diversos momentos de homenagem à memória coletiva da freguesia fazem parte da programação, que se vai cumprir em diversos locais da freguesia, como a Capela de Santo António da Lage, a Ponte dos Três Arcos, o Parque Manuel S. Pinto ou a antiga Escola Básica do Ribeiro.
A programação arranca a 13 de junho, com o espetáculo audiovisual imersivo “Histórias do António”, criado pela Companhia Persona no âmbito do projeto Genius Loci – O Espírito do Lugar. A criação invade o adro da Capela de Santo António da Lage, pelas 21h45, e baseia-se em histórias e memórias recolhidas junto da população, envolvendo os próprios habitantes na construção da narrativa.
A 20 de julho, a zona envolvente à Ponte dos Três Arcos é palco de um pic-nic comunitário, um evento que pretende promover o convívio entre diferentes públicos e celebrando o património local e a lenda da Fonte da Rainha. O momento de convívio ficará marcado pela atuação do grupo Alvorada, que atuará na Ponte dos Três Arcos.
Seis dias depois, a 26 de julho, a arte das marionetas estará em destaque com a oficina criativa “Marionetas para Histórias” liderada pelo marionetista Rui Sousa, que se dedica a esta arte há 25 anos. Destinada a famílias, esta atividade realiza-se na antiga Escola Básica do Ribeiro, pelas 14h, e desafia os participantes a criarem marionetas artesanais. A oficina vai culminar numa exposição pública das criações, que será inaugurada no salão da Junta de Freguesia de Fornos a 28 de julho, pelas 21h30. Ainda no dia 26 de julho, Rui Sousa protagoniza o “Teatro Dom Roberto”, um espetáculo que terá como palco o empreendimento Encosta do Castelo.
Ricardo Azevedo, artista nascido e criado em Fornos, atua a 23 de agosto no Parque Manuel S. Pinto, pelas 21h30, no âmbito da rubrica ‘Músico da Terra’. O artista está a celebrar 25 anos de carreira e o concerto promete também envolver a comunidade escolar da freguesia.
A 8 de novembro, segue-se o Teatro Comunitário, no Salão Paroquial Social de Fornos, pelas 21h, e no dia 22 será celebrado o Dia dos Músicos no Auditório do Conservatório de Música Terras de Santa Maria com uma obra musical encomendada ao compositor Nuno Peixoto de Pinho, uma homenagem às gentes de Fornos e que celebra a sua história, identidade e valores comunitários através da música.
A 20 de dezembro, dá-se o encerramento do projeto ‘Art’In Fornos’ com o espetáculo ‘O Passo – Ofício e Memória’. O projeto ‘Que Som? Que Música? Só o Mundo!” é uma residência artística que transforma a tradição da indústria do calçado de Fornos em arte sonora e performativa. A partir da colaboração com a fábrica Joaquim José Heitor, serão captados sons do processo produtivo e os testemunhos de trabalhadores, dando origem a uma paisagem sonora imersiva. A atividade oficinas de escrita sensorial com a comunidade contribuirão com textos e poemas que serão integrados na performance final, que recria simbolicamente uma linha de produção. A proposta une tradição, identidade e inovação, celebrando o calçado como símbolo cultural da região. Está agendada para 20 de dezembro, às 21, no Salão Paroquial de Fornos.
O projeto ‘Art’In Fornos’ foi o mote de uma entrevista nos estúdios da Sintonia com César Resende, presidente da Junta de Freguesia de Fornos, Paulo Leite, secretário da junta, e Raquel Andrade, membro do grupo de conselheiros da Cultura da junta fornense.
Pode rever na íntegra aqui: