Joaquim Andrade: “O grande e principal objetivo é a vitória na Volta a Portugal”

Em entrevista à Sintonia, o diretor desportivo do Feirense revalida o objetivo para a temporada 2025: vencer a Volta a Portugal. A equipa, que continua a aposta na lógica de unir “juventude e experiência”, volta a ter em António Carvalho o principal trunfo, somando um total de sete renovações e três reforços. “É o nosso chefe de fila, é sempre um candidato à Volta a Portugal e este ano penso que, mais do que nunca, tem todas as possibilidades de lutar por essa vitória”, sublinha Joaquim Andrade.
Ao leme do projeto desde 2018, altura em que o ciclismo profissional renasceu em Santa Maria da Feira, Joaquim Andrade mantém-se no cargo de diretor desportivo do Feirense, clube que nos últimos anos tem catapultado jovens talentos para outros voos. O exemplo mais recente é Afonso Eulálio, o corredor natural da Figueira da Foz que na temporada transata brilhou na Volta a Portugal de castelo ao peito e cuja prestação lhe permitiu dar o salto para o World Tour.
Eulálio é uma baixa de peso na temporada de 2025, admite Joaquim Andrade, que ainda assim se mostra confiante com o coletivo que conseguiu reunir com o principal objetivo de vencer a Volta a Portugal. “É um grupo que nos dá garantias de termos uma equipa forte. Perdemos um ciclista muito importante, o Afonso Eulálio – e outros -, vamos notar muito a falta dele, mas procurámos reforçar com três ciclistas que nos dão garantias e penso que estão reunidas as condições para termos uma equipa que parte para as corridas sempre com a aspiração de lutar pela vitória“, reforça aos microfones da Sintonia.
Três reforços, sete renovações: Feirense parte confiante para nova temporada

A Santa Maria da Feira chegam três caras novas. José Borges, com grande palmarés noutras vertentes da modalidade (Enduro e Downhill), vai estrear-se no ciclismo de estrada pelo qual “sempre teve grande paixão“, afirma Joaquim Andrade. “Já o conheço há algum tempo e surgiu quase como em jeito de desafio a possibilidade de entrar na equipa. Penso que poderá ser uma boa surpresa“, admite.
Byron Munton, natural de África do Sul, é outra das entradas no coletivo fogaceiro e já estava na mira de Joaquim Andrade há algum tempo. “É um ciclista bastante forte no contrarrelógio, é também um bom trepador. Ainda é jovem, com 90% da carreira feita na Europa. Penso que se irá adaptar rapidamente e acho que vai ser um ciclista muito importante na equipa“, realça.
A fechar o leque de contratações, Victor de Paula, um jovem brasileiro que entrou no ciclismo europeu através de Portugal no escalão júnior e cujo trajeto tem sido seguido pelo diretor desportivo. A cumprir o último ano como sub-23, o corredor será uma mais-valia para o coletivo, acredita Andrade. “É um ciclista que integra bem a nossa forma de trabalhar, onde procuramos ter sempre este misto de juventude com experiência. É um jovem, mas já com experiência, o que também ajuda, e contamos com boas prestações dele“, diz.
A somar às três entradas, o Feirense mantém sete corredores da temporada transata, “a espinha dorsal” da equipa, afirma Andrade, que vê em António Carvalho o principal trunfo para vencer a portuguesa.
“É o nosso chefe de fila, é sempre um candidato à Volta a Portugal e este ano penso que, mais do que nunca, tem todas as possibilidades de lutar por essa vitória. Acreditamos que poderá dar-nos uma grande alegria nesta época de 2025“, realça, convicto.
Além de Carvalho, mantêm-se de castelo ao peito Fábio Oliveira, Diogo Gonçalves, Diogo Oliveira e Pedro Andrade, corredores que passaram pela formação do Sport Ciclismo de S. João de Ver – uma parceria que continua a dar frutos -, e ainda Francisco Pereira e Ivo Pinheiro.
“Vamos fazer tudo para sermos os protagonistas”

Quais os objetivos para 2025? A resposta é clara e vai ao encontro das ambições das últimas épocas. “O grande e principal objetivo é a vitória na Volta a Portugal e iremos trabalhar com esse objetivo em mente“, sublinha Joaquim Andrade. Quanto às restantes provas, o Feirense vai entrar para cada competição tendo o foco na “melhor classificação possível”.
“Vamos fazer de tudo para sermos os protagonistas, se não vencermos mas pudermos estar na discussão e sermos interventivos, já ficamos satisfeitos“, realça, lembrando que, às vezes, para vencer “é também preciso uma ponta de sorte”. “Quando não ganhamos mas fizemos tudo para tentar vencer, saímos sempre felizes. Tem sido essa a nossa forma de encarar as corridas e em 2025 vai ser essa a mensagem que vou passar aos ciclistas“, acrescenta.
Após quatro anos de apoio da ABTF Betão, três enquanto patrocinador principal, o Feirense e o grupo seguem caminhos distintos. “É sempre uma notícia desagradável, mas só temos de estar agradecidos à ABTF Betão e ao Grupo Tavares pelo apoio e que irá sempre ficar na história do clube. Conseguimos alguns grandes feitos com as cores deles“, reconhece. O diretor desportivo assegura que o clube tem parceiros associados que permitem “encarar com tranquilidade e com ânimo a época que se aproxima”.
Época arranca a 9 de fevereiro com chegada na Torreira
A temporada arranca com a Prova de Abertura da Região de Aveiro, a 9 de fevereiro, uma competição que terá a chegada na Torreira. “Há uma grande probabilidade de ser uma chegada ao sprint, temos alguns ciclistas rápidos, não somos a equipa que tem os melhores sprinters, mas poderemos ter uma palavra a dizer se a etapa chegar ao sprint“, afirma, lembrando a prestação de Eulálio no ano passado. “Logo na prova de abertura deu o ar da sua graça e deu logo a entender ao que vinha para o resto da época. Esperemos que este ano as coisas se possam proporcionar. Com a chegada ao sprint, penso que poderá ser uma oportunidade para o José Borges mostrar as suas capacidades, seria um grande cartão de apresentação poder estar na disputa“, afirma.
Apoio dos feirenses: “espetacular” e uma “força extra que faz a diferença”
Numa terra de fortes pergaminhos na modalidade – e que soma seis vencedores da Volta a Portugal – o apoio do público tem servido de tónico para a equipa, aponta Joaquim Andrade, que lança o repto a todos os feirenses. “Deixo o apelo a todos para que nos venham apoiar. Na minha opinião, tem sido o que tem feito a diferença neste projeto. Todos os ciclistas que chegam à equipa, uma das coisas que mais sentem diferença em relação a outros lados é esse apoio, é um apoio que nos diferencia das outras equipas, principalmente quando são corridas aqui na zona norte. É espetacular e é sempre uma força extra que faz a diferença“, remata.