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SC Vista Alegre sagra-se campeão da 1ª Divisão Distrital: “Foi o grito da resiliência e da ambição”

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SC da Vista Alegre sagrou-se campeão da 1ª Divisão Distrital, após vencer Cucujães nas grandes penalidades (6-7). Foto: AFA

O objetivo estava traçado desde o arranque da temporada e cumpriu-se na final, este domingo, em Avanca. Após o empate a uma bola com o Atlético Clube de Cucujães no tempo regulamentar, o Sporting Clube da Vista Alegre conquistou o título de campeão da 1ª Divisão Distrital nas grandes penalidades. “Foi o grito da resiliência e o grito da ambição porque não me canso de dizer: somos das poucas equipas que no início da época assumimos claramente que, além da subida e do título de campeão da zona sul, queríamos ser campeões da 1ª Distrital e essa ambição e essa resiliência hoje trouxe-nos cá e mostrou-se dentro de campo“, declarou o técnico do Vista Alegre. Hugo Gomes destacou ainda “uma excelente final entre duas grandes equipas” e com uma boa moldura humana.

O Cucujães até foi o primeiro a adiantar-se no marcador, por intermédio de Cancela, mas o Vista Alegre viria a repor a igualdade já em tempo de compensação. Com o empate a registar-se após o tempo regulamentar, a decisão foi remetida para as grandes penalidades. Foram precisos 14 penáltis para a equipa de Ílhavo se sagrar campeã (6-7), algo que, para o técnico Hugo Gomes espelha bem o “que foi o campeonato de uma e outra equipa na fase regular“. A subida, aos olhos do timoneiro, significa “muito“, sobretudo depois de três anos de “insucesso desportivo“, e premeia “pessoas sérias, honestas e humildes que sempre acreditaram que era possível”. “Acho que isto é um grito de revolta pela organização, pela humildade, pela transcendência destas pessoas e, sobretudo, caracteriza muito daquilo que são as gentes de Ílhavo“, destacou Hugo Gomes. Questionado sobre a continuidade no comando da equipa sénior do Vista Alegre, Hugo Gomes preferiu não abordar o assunto, apontando que o momento é de festejos para o emblema.

 

“Foi meter toda a alma e todo o coração que temos e fomos felizardos”

O capitão do Talé, Daniel Guedes, não escondeu a satisfação na conquista, elogiou o adversário e destacou que o título, pelo percurso efetuado, é merecido. “Trabalhamos o ano todo, aliamos o talento que tínhamos, um grupo de trabalho incrível e hoje a vitória sorriu“, declarou o jogador, realçando um duelo recheado de “muito equilíbrio” e emoção. O capitão denotou a “enorme alma” da equipa, que conseguiu chegar ao empate já em tempo de compensação. “Um erudito dizia que as finais não se jogam, as finais ganham-se. E chegou a uma altura em que não nos preocupámos em jogar, foi meter toda a alma e todo o coração que temos (e que é enorme) lá para dentro e fomos felizardos“, acrescentou.

O triunfo, para Guedes, “significa muito“, traduzindo-se no cumprir de um objetivo “muito grande“: conquistar o título de campeão no ano em que fábrica Vista Alegre celebra 200 anos de existência (nasceu a 1 de julho 1824). “Não são todas as fábricas que chegam aos 50, quanto mais aos 200 anos“, denotou o defesa de 30 anos. “É a primeira vez na história que o Talé consegue ser campeão desta divisão e logo no bicentenário da fábrica para nós é muito importante, é um sonho tornado realidade“, comentou. Aos microfones da Sintonia, Guedes quis também destacar a qualidade crescente no futebol distrital. “Antigamente a distrital tinha a fama de ser um bocado de bater e correr. Hoje em dia trabalha-se muito bem, com um profissionalismo que há uns anos atrás não existia […] e isso é muito bom“, apontou.

 

Os sons da festa do Vista Alegre aos microfones da Sintonia…

 

“Foi fantástico ver outra vez os adeptos regressarem ao clube”

Atlético Clube de Cucujães foi campeão da série norte e regressa ao SABSEG na próxima temporada. Foto: AFA

Do outro lado da margem, o técnico do Cucujães, Tiago Barroqueiro, realçou a energia e prestação da sua equipa dentro de campo. “Acho que a minha equipa foi incrível naquilo que foi pedido, entenderam na perfeição aquilo que era o plano de jogo. Acho que dentro dos 90 minutos éramos nós os vencedores, mas o futebol nunca é 100% justo, por isso é que é um desporto que tanta gente ama, porque as emoções variam de segundo para segundo, o resultado é sempre imprevisível“, denotou. O Cucujães não ergueu o troféu de campeão, mas nem por isso a época tem sabor amargo. O clube regressa, dois anos depois, à Elite de Aveiro, em ano de estreia de Tiago Barroqueiro enquanto treinador. Uma das grandes conquistas da época, realça o timoneiro, foi o regresso da “mística do Cucujães“, que se encontrava adormecida. “Eles [os adeptos] foram incríveis durante todo o ano e espero que continuem assim, a apoiar o clube, porque esta gente merece, é gente trabalhadora e humilde. Foi fantástico ver outra vez os adeptos regressarem ao clube, incrível“, sublinhou Tiago Barroqueiro, que reconheceu que o troféu seria “a cereja no topo do bolo“.

 

Cancela, autor do golo do Cucujães, deixou uma palavra a todo o grupo que assegurou a subida de divisão numa época extremamente difícil. “Parabéns ao nosso grupo de trabalho, foram uns guerreiros durante toda a época e eles todos estão de parabéns“, apontou.

 

Tiago Barroqueiro renova e Cucujães quer protagonizar época sem “dissabores”

O presidente do Atlético Clube de Cucujães, Rogério Cavaleiro, afirmou que independentemente do desfecho da final, os adeptos e sócios devem estar felizes com a equipa que garantiu a subida ao patamar principal do futebol aveirense. “Para mim, continuam a ser os heróis. Vamos tristes, mas vamos alegres na alma porque ao menos a subida de divisão está cumprida“, apontou o dirigente, que aponta as agulhas já para a próxima época, onde contará novamente com Tiago Barroqueiro ao leme do plantel sénior. “Vamos ver se conseguimos estabilizar, a ver se conseguimos uma equipa competitiva. Já estamos a trabalhar nisso, o Tiago irá ser treinador do Cucujães na mesma e penso que parte do plantel irá ficar“, esclareceu Rogério Cavaleiro, que espera que a próxima temporada não traga “dissabores“.

 

Além de Cucujães e Vista Alegre, também o Relâmpago Nogueirense e o Avanca carimbaram a presença no escalão maior do futebol aveirense na próxima temporada.

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