Unidade de Hospitalização Domiciliária do Hospital de Ovar celebrou terceiro aniversário com mais de 50 mil quilómetros percorridos
A Unidade de Hospitalização Domiciliária do Hospital Dr. Francisco Zagalo – Ovar (HFZ-Ovar), em atividade desde 17 de junho de 2019, celebrou na passada sexta-feira o seu terceiro aniversário, registando cerca de cinco mil visitas e tendo percorrido já mais de 50 mil quilómetros.
“Em termos de indicadores de produção clínica, a taxa de ocupação registada apresenta ainda margem de progresso, uma vez que todos os serviços, incluindo a Unidade de Hospitalização Domiciliária, foram fortemente condicionados pela situação pandémica dominante nos últimos dois anos”, explica o presidente do Conselho Diretivo do HFZ-Ovar, Luís Miguel Ferreira. De qualquer modo, regista que “os utentes e cuidadores reconhecem-no como um serviço de excelência, apresentando um grau de satisfação acima dos 95%, pelo que o recomendariam a familiares ou amigos”, apostando na sua continuidade e desenvolvimento.
“Ainda que o nosso hospital seja um pequeno hospital no contexto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que opera num contexto de proximidade, a população deste grande concelho não deveria ficar privada deste importante serviço recomendado mesmo pela OMS e que contribui para a evitar a institucionalização de utentes com determinado perfil”, afirma, sublinhando que o serviço domiciliário corresponde às prioridades estratégicas da tutela, estimulando o “cuidar em casa”, numa perspetiva multidisciplinar e de continuidade. “No entanto, temos ainda um longo caminho a percorrer, uma vez que, face ao nosso perfil assistencial e condicionantes, vemos fortemente condicionada a nossa capacidade de captação de utentes para esta modalidade”, reconhece.
Para a médica Cláudia Martins, coordenadora da Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD) do HFZ-Ovar integrada no serviço de Medicina Interna, este é um serviço que permite humanizar os cuidados, oferecendo um tratamento diferenciado de nível hospitalar no conforto da casa do doente. “É também uma oportunidade para a reconciliação terapêutica, deteção da necessidade de alteração de hábitos de vida (alimentares e de exercício físico) e de deteção de necessidades de equipamentos médicos, meios de apoio diretos ao doente e habitacionais, entre outros”, salienta.
Segundo a responsável, esta unidade, que acaba por desenvolver a literacia para a saúde, possibilita “reduzir a taxa de complicações, sobretudo infeções relacionadas o internamento hospitalar convencional”.
A UHD conta como uma equipa multidisciplinar, composta por quatro enfermeiros, dois médicos, apoio de uma assistente operacional, um técnico de cardiologia e um assistente social, assim como apoio de nutricionista e psicóloga. Tem capacidade para acompanhar diariamente até cinco pessoas, funcionando todos os dias do ano, inclusive nos feriados e fins-de-semana, em regime de presença física e prevenção.
O serviço tem por missão contribuir para o melhor nível possível de saúde e bem-estar dos indivíduos da área de abrangência do HFZ-Ovar, que necessitem transitoriamente (ou seja, durante fase aguda ou agudizada da doença) de cuidados de nível hospitalar, oferecendo-lhes um serviço de qualidade com o rigor clínico e a visão holística e humanizada da Medicina Interna, sempre que a permanência física no hospital seja prescindível. Constitui-se como uma modalidade de assistência que assegura a prestação de cuidados de saúde com diferenciação, complexidade e intensidade de nível hospitalar, durante um período limitado, dependendo sempre da vontade expressa dos doentes.
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