“Engenho Novo: do AUGE ao declínio”: Um espetáculo de memórias, que apela aos sentidos e onde cabem “muitas emoções”
O espetáculo multidisciplinar estreia-se no palco do Cineteatro António Lamoso no próximo dia 5 de março e marca o arranque do 28º Encontro de Teatro do CiRAC. ‘Engenho Novo: do AUGE ao declínio’ junta em palco cerca de 90 artistas e promove uma viagem sensorial intensa e marcante que atravessa 225 anos de história da revolucionária fábrica de papel de Paços de Brandão.
O espetáculo de teatro, percussão, música, vídeo, artes circenses e dança contemporânea foi o ponto de partida da conversa com Paulo Alves, produtor, Catarina Santos, encenadora, Ana Santos, responsável pelo departamento musical, e Zé Luís, diretor do departamento de teatro do CiRAC, nos estúdios da Sintonia.
Como surge o espetáculo? Paulo Alves responde.
Espetáculo que atravessa 225 anos de história exigiu “muita pesquisa” e colaboração com várias entidades e pessoas, como o Museu do Papel Terras de Santa Maria ou o Sr. Marques da Silva.
A encenadora, Catarina Santos, destaca que criar este espetáculo tem sido “um desafio desde o início” e levanta o véu sobre algumas ideias que deram forma ao espetáculo, como a existência de um blog de caça fantasmas que reportava encontros com espíritos na Quinta do Engenho. É assim que surge a ideia das “passagens do tempo“, presentes ao longo de toda a criação.
Novamente um desafio. Como se compila uma história de 225 anos?
Para Ana Santos, responsável pelo departamento cultural, montar este espetáculo “está a ser uma aventura”.
Espetáculo conta com o testemunho de uma mulher que trabalhou na Fábrica do Engenho Novo. O relato, assegura Catarina Santos, emociona: “O que me tocou bastante foram as mulheres, o trabalho das mulheres naquela fábrica, as condições em que elas trabalhavam, fizesse chuva ou sol…“
Ana Santos complementa.
Espetáculo quer “despertar consciências”, diz Catarina Santos: “O final dita o respeito pelos espaços, em si, os espaços que existiram no passado e que hoje em dia não são respeitados“.
Ana Santos promete um espetáculo onde cabem “muitas emoções” e que terá em palco diferentes grupos do CiRAC, e não só.
‘Engenho Novo: do AUGE ao declínio’ é um espetáculo que marca o arranque do 28º Encontro de Teatro do CiRAC, que se realiza até 27 de março e que traz a cenas grupos de teatro amadores, profissionais e peças de teatro especialmente dedicadas ao público infantil, como explica Zé Luís.
Pode ouvir a entrevista na íntegra aqui.
Neste espetáculo multidisciplinar, sobem ao palco vários grupos do CiRAC, como o grupo Saltimbancos de Santa Maria (percussão e malabarismo), o grupo de teatro, o grupo coral e a escola de pintura. Participam ainda elementos da Academia de Música de Paços de Brandão (Grupo PercuPaços), alunas da Escola de Teatro Musical Vivonschool e alunos do Curso de Animação Sociocultural do Agrupamento de Escolas Coelho e Castro de Fiães. Esta produção conta com a parceria do Museu do Papel Terras de Santa Maria (cenografia e conteúdos históricos), empresa municipal Feira Viva (cedência de material) e Federação das Coletividades de Cultura e Recreio do Concelho (guarda-roupa). Os bilhetes estão à venda aqui.